Bem estar emocional

Bem estar emocional

Entende-se por bem-estar emocional o equilíbrio entre as emoções, os sentimentos e os desejos. O bem-estar emocional está relacionado diretamente com a saúde mental e física e com o conceito de identidade entendido como um conjunto de características físicas, mentais e psicológicas que vão se desenvolvendo ao longo da vida, de modo a configurar nossa personalidade.
Segundo Robert Shalock, qualidade de vida para as pessoas com deficiência é baseada nos mesmos critérios para o resto da população. Para ele, a qualidade de vida depende de condições objetivas e do nível de satisfação que a pessoa tem com essas condições. A qualidade de vida se articula em oito dimensões e uma dela é o bem-estar emocional, determinado pela felicidade, segurança, ausência de estresse, espiritualidade e autoconhecimento. Falaremos especificamente sobre autoconhecimento, identidade.
O que é identidade? Quando fazemos perguntas como: “Quem sou eu? Como sou? O que eu gosto em mim e o que não gosto em mim? Como gostaria de ser?” Estamos tentando dar um sentido a nossa existência, um significado individualizado, diferente dos outros e caracterizado pela singularidade de cada um. A identidade é uma necessidade básica do ser humano.
Identidade e síndrome de Down.
O que acontece quando nos referimos a pessoas com síndrome de Down?
As pessoas com síndrome Down são igualadas pela síndrome. Segundo dicionário Aurélio, o termo “síndrome” significa um conjunto de sintomas e sinais que aparecem na doença. Como uma pessoa constrói sua identidade baseada em uma síndrome? Como pode imaginar e criar um projeto para seu futuro pautado no que não pode fazer? Ao igualar as pessoas com síndrome de Down, estamos as impedindo de descobrirem suas potencialidades, de perceberem a essência de si mesmas, o que pode ser compartilhado com sua família – “me pareço com minha mãe nisso e com meu pai naquilo” – além de dificultar sua constituição enquanto sujeito único que faz parte de uma sociedade plural. Ao ser tratada assim, como conseguirá construir sua identidade e definir seus sonhos para o futuro?
O conceito de deficiência esconde a pessoa. Quando nasce um bebê com síndrome de Down, a ideia predominante é de um bebê sindrômico, o que o iguala às outras pessoas com síndrome de Down (SD), “Os Downs”, como se pertencesse a uma raça diferente, a uma família diferente (“Com quem se parecem? Estas pessoas se parecem entre elas.”). Porém, apesar de todos apresentarem um fenótipo determinado, certas características especificas da síndrome e um atraso intelectual entre médio e leve, as pessoas com Down são seres humanos muito diferentes entre si, com gostos, interesses e contextos familiares diversos. Por trás da síndrome, da patologia orgânica, há uma criança, uma pessoa com as mesmas necessidades das outras crianças: que brinquem com ela, que a considerem, que valorizem seus desejos. Essa criança está sujeita aos mesmos princípios básicos de todas as crianças para constituir-se como sujeito psíquico. E não ao que está escrito no genoma.

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