Márcia Pessoa, esposa do Alexandre e mãe do Miguel
Soube que meu filho teria síndrome do Down na 14ª. Semana de gravidez através do exame, coleta do vilo coreal, o cariótipo confirmou trissomia 21 e um menino.
Foi um grande susto para nossa família. Não esperávamos nem tão pouco queríamos um filho com síndrome de Down.
A sensação era de haver encontrado um abismo a minha frente. Medo, ansiedade e tristeza tomou conta da nossa casa. Neste momento difícil, amigos, família, obstetra e principalmente Deus foram minha fortaleza. Graças a todos pude sentir paz no meu coração.
Estava no início da gravidez e havia uma criança que precisava de mim para se desenvolver. Então decidi: Estou grávida de uma criança como qualquer grávida e depois veremos o que fazer.
Chegou o dia renascimento. Todos os profissionais do hospital já sabiam que iria nascer uma criança com síndrome de Down e por isso tive uma excelente acolhida de todos enfermeiros e médicos.
Miguel nasceu com CIA e CIV e fenda palatina (palato mole). Outro choque de realidade!!
Não poderia fazer esforço para mamar e sempre mamar sentado para não ir leite aspirado pelo nariz ao pulmão. Então o 1º. Ano de vida do Miguel foi tenso pois a estimulação precisava de alta do cardiologista e os cuidados com a fenda eram muito intensos. Estes cuidados nos aproximou muito . Criamos uma cumplicidade e o Miguel foi mostrando que eu conseguiria cuidar dele e que juntos iríamos alcançar tudo que quisesse dentro do seu tempo e condições.
Demorou, mas Miguel conquistou pai e mãe e hoje com 6 anos não enxergamos mais a síndrome de Down e sim uma criança que precisa de estímulos e muito amor para sua autonomia e felicidade.